segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Aquele substantivo

Confiram a redação vencedora de um concurso interno da Faculdade de Letras, da Universidade Federal de Pernambuco. Infelizmente, não descobri o nome da autora. De qualquer forma, parabéns para ela!


"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador... Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.

Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa.

Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando...ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar...ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular: ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente... Era o verbo auxiliar do edifício! Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.

Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente! Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.
Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.”

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Assaltaram a gramática

Assaltaram a Gramática - Paralamas do Sucesso

Assaltaram a gramática
Assassinaram a lógica
Meteram poesia na bagunça do dia-a-dia
Sequestraram a fonética
Violentaram a métrica

Meteram poesia onde devia e não devia
Lá vem o poeta com sua coroa de louro
Agrião, pimentão, boldo
O poeta é a pimenta do planeta

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Vale do Paraíba



Fiquei comovida com o senso de justiça social do aluno! Nesses casos, é rir pra não chorar...Ai, ai!

quinta-feira, 12 de julho de 2007


O Supremo Castigo

(Mario Quintana)

Em todos os aeródromos,

em todos os estádios,

no ponto principal de todas as metrópoles, existe

- e quem é que não viu?

- aquele cartaz...

De modo que, se esta civilização desaparecer

e seus dispersos e bárbaros sobreviventes

tiverem de recomeçar tudo desde o princípio

- até que um dia também tenham os seus próprios arqueólogos

- estes hão de sempre encontrar,nos mais diversos pontos do mundo inteiro,

aquela mesma palavra.

E pensarão eles que coca-cola era o nome do nosso Deus.


***


Para um pouco mais de Mario Quintana, visite:http://www.releituras.com/mquintana_bio.asp
Crédito da imagem: Evandro Prado - Nossa Senhora Coca-Cola.


quarta-feira, 27 de junho de 2007

Se caiu no conto do vigário, o negócio é ir se queixar ao bispo

Você já deve ter se perguntado ao menos uma vez de onde veio uma determinada expressão popular que você ouve e usa desde sempre. Pois é, eu também. E foi pensando nisso que me veio a idéia de colocar aqui a explicação de algumas dessas expressões que achei por aí, pesquisando.
Vamos lá:

"Levar o calote", por exemplo, como será que surgiu essa expressão?
Bom, segundo andei me informando, calote era o nome dado ao talho que se fazia na mercadoria (fruta ou queijo, por exemplo), a fim de que o comprador provasse o sabor antes de levar pra casa. No século XVIII era comum, nas feiras, o comprador abocanhar a oferta (calote) e ir embora sem comprar o produto oferecido. Daí, “levar o calote” significa vender alguma coisa e não receber o pagamento.
Você já deu o calote em alguém? Eu mesma, outro dia, não pude deixar de dar o calote numa queijaria. O cara me ofereceu uma prova de queijo e eu não poderia recusar, mas comprar não pude, pois o quilo do parmesão estava pela hora da morte! Aliás, de onde será que veio essa expressão?

Mas se você pensa que vai dar o calote sempre e tudo vai ficar por isso mesmo, pode tirar seu cavalinho da chuva. Falando nisso, você sabia que essa expressão surgiu entre os donos de fazenda, no passado? É isso mesmo. Quando o visitante chegava a cavalo à fazenda do amigo, atrelava o animal à cerca, mesmo se estivesse chovendo. Daí o fazendeiro, lá de cima, gritava "pode tirar seu cavalinho da chuva", sempre que desejasse que o visitante se demorasse por ali. Era um convite para permanecer. Interessante a preocupação dele com o animal, não? Afinal, o pobrezinho podia ficar resfriado...

E quem, na sua santa inocência, nunca caiu no conto do vigário? Pois é, até mesmo os mais espertos um dia acabam caindo...
Cair no conto do vigário significa ser enganado. Essa expressão pegou depois que um padre de Ouro Preto teve uma idéia para ganhar a disputa por uma imagem de Nossa Senhora dos Passos. Essa imagem fora doada a Ouro Preto pelos espanhóis e passou a ser alvo de uma disputa entre dois padres: o da Igreja Nossa Senhora de Pilar e o da Nossa Senhora da Conceição. Para resolver a pendência, o padre de Pilar deu a idéia de amarrar a imagem no lombo de um burro no meio do caminho para as duas igrejas. O caminho que o animal tomasse definiria para qual igueja a imagem da santa iria. Quando foi solto, o burro se dirigiu à igreja de Pilar, dando a ela a vitória na concorrência. Mas depois se descobriu que o animal pertencia ao vigário daquela igreja; logo, já conhecia o caminho, pois o percorria sempre.

Agora, se está insatisfeito com alguma coisa, vá se queixar ao bispo!
Aliás, está aí uma história muito curiosa.
No Brasil do século XVII, ter filhos era muito importante. Precisando mostrar ao homem que era fértil, a mulher engravidava antes do casamento. A regra era aprovada pela própria Igreja desde que depois o casamento se consumasse. Muitas vezes, o noivo ia embora e a mulher grávida ia reclamar ao bispo, que mandava alguém atrás do fujão.
Essa sim, caiu no conto do vigário direitinho...

Mas, se depois de cair no conto do vigário, o bispo lhe passar uma penitência severa, não adianta chorar lágrimas de crocodilo, não. Tem que estar de fato arrependido de tanta inocência (pra não dizer burrice) e cumprir a penitência sem reclamar. Aliás, você sabia que os crocodilos marinhos, assim como as focas e outros animais de água salgada, ajudam a eliminar o excesso de sal do corpo vertendo água salgada pelos olhos, pressionando o céu da boca com a língua? É, trata-se de falsas lágrimas. Por isso se diz de alguém que age com falsidade que ele está chorando lágrimas de crocodilo.

Bom, vou encerrando por aqui e espero que todos tenham gostado de saber um pouquinho mais sobre a origem das expressões populares que usamos cotidianamente, desde que o mundo é mundo.
Um abraço e até breve.

Bia Loivos.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Uma palavra - Chico Buarque

Boa noite a todos.
Hoje quero postar o que considero uma das mais geniais e lindas homenagens ao nosso
instrumento de comunicação mais precioso - a palavra.

Uma palavra - Chico Buarque/1989

Palavra prima
Uma palavra só, a crua palavra
Que quer dizer
Tudo
Anterior ao entendimento, palavra
Palavra viva
Palavra com temperatura, palavra
Que se produz
Muda
Feita de luz mais que de vento, palavra
Palavra dócil
Palavra d'água pra qualquer moldura
Que se acomoda em balde, em verso, em mágoa
Qualquer feição de se manter palavra
Palavra minha
Matéria, minha criatura, palavra
Que me conduz
Mudo
E que me escreve desatento, palavra
Talvez, à noite
Quase-palavra que um de nós murmura
Que ela mistura as letras que eu invento
Outras pronúncias do prazer, palavra
Palavra boa
Não de fazer literatura, palavra
Mas de habitar
Fundo
O coração do pensamento, palavra

Ana Beatriz.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Vícios de Linguagem

Boa tarde!
Hoje vou estar abordando um assunto que é da maior importância: os vícios de linguagem. Vícios de linguagem são desvios das normas da gramática padrão da língua, por descuido ou desconhecimento. A nível de exemplo, gostaria de estar enfatizando dois vícios muito comuns, que são o gerundismo e o “aniveldeismo”. O primeiro consiste em estar falando e escrevendo colocando os verbos no gerúndio, dando a idéia de que a ação nunca acaba. Assim, vou transferir a ligação vira um eterno vou estar transferindo a ligação, e o pobre interlocutor do outro lado da linha é quem paga a conta.
E quanto ao aniveldeismo, minha Nossa Senhora dos Gramáticos Desvalidos, ajudai-nos! É um tal de a nível de pra cá, a nível de pra lá, e a paciência acabando. Como podem essas pessoas assassinarem a língua e ficar tudo por isso mesmo? O dito pelo não-dito, e o mau-dito na boca do povo.
Sem falar nos pleonasmos viciosos viciando a gente o tempo todo. Será que tem remédio pra isso? Terapia de grupo, talvez? Estou pensando em fundar um. Seria o AGA – Assassinos da Gramática Anônimos.
Já o neologismo é um vício de linguagem que se caracteriza pela criação desnecessária de palavras ou expressões novas no idioma. Mas não venham com implicâncias pra cima do meu aniveldeismo!
Agora, tem um que tem um nome pra lá de pomposo: solecismo. Alguém aí sabe o que é um solecismo? Pois prestem atenção que eu só vou falar uma vez. Me ajude, Nossa Senhora, por que não agüento mais essa gente começando frase com pronomes pessoais oblíquos (me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes, se). Mas, solecismo não é só isso, não. Para ser mais exata, trata-se de um desvio de sintaxe quanto à concordância, regência ou colocação pronominal. A partir de agora, vocês já sabem: se virem um solecismo, não deixem de corrigi-lo.
E não se esqueçam de corrigir também os barbarismos pra lá de bárbaros, com suas grafias imcorretas, com suas pronúncias pobremáticas e seus estrangeirismos over.
Bom, vou ficando por aqui. Espero ter contribuído um pouco para que as pessoas que por aqui estejam passado, a nível de curiosidade, possam estar refletindo sobre esses vícios que tanto viciam a gente, no dia-a-dia cotidiano. E que possamos todos demonstrar um pouco de zelo para com nossa língua materna, cometendo menas indelicadezas com ela e com nossos interlocutores, que não têm de agüentar ninguém falando e escrevendo errado o tempo todo!

Até a próxima.
Bia Loivos.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Você sabia?

A língua portuguesa, com mais de 210 milhões de falantes nativos, é a quinta língua mais falada no mundo e a terceira mais falada no mundo ocidental. Idioma oficial único do Brasil, e idioma oficial, conjunto com outros idiomas, de Portugal (cuja segunda língua oficial é o mirandês), Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, é falada na antiga Índia Portuguesa (Goa, Damão, Diu e Dadrá e Nagar-Aveli), além de ter também estatuto oficial na União Européia, no Mercosul e na União Africana.

A situação da Galiza e do galego em relação ao português é controversa. De um ponto de vista político e, portanto, oficial, o Galego é uma língua porque assim o determinam os organismos de estado Espanhol e da Região Autônoma da Galiza, com legitimidade democrática. De um ponto de vista científico, a idéia de que o galego é uma variante dialetal da língua portuguesa reúne hoje um vasto consenso, sendo estudado a par com as restantes variantes do português nas universidades e centros de investigação lingüística.

A língua portuguesa é uma língua românica (do grupo ibero-românico), tal como o castelhano, catalão, italiano, francês, romeno e outros.
Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (português brasileiro e português europeu). No momento atual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (note-se que línguas como o inglês têm diferenças de ortografia pontuais, mas não ortografias oficiais divergentes), situação a que o Acordo Ortográfico de 1990 pretende pôr cobro.

Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem, atualmente, cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa .
O português é conhecido como a língua de Camões (por causa de Luís de Camões, autor de Os Lusíadas), A última flor do Lácio, expressão usada no soneto Língua Portuguesa de Olavo Bilac ou ainda A doce língua por Miguel de Cervantes.

Nos séculos XV e XVI, à medida que Portugal criava o primeiro império colonial e comercial europeu, a língua portuguesa se espalhou pelo mundo, estendendo-se desde a costa Africana até Macau, na China, ao Japão e ao Brasil, nas Américas. Como resultado dessa expansão, o português é agora língua oficial de oito países independentes, e é largamente falado ou estudado como segunda língua noutros. Há, ainda, cerca de vinte línguas crioulas de base portuguesa. É uma importante língua minoritária em Andorra, Luxemburgo, Namíbia, Suíça e África do Sul. Encontram-se, também, numerosas comunidades de emigrantes, em várias cidades em todo o mundo, onde se fala o português como Paris na França; Toronto, Hamilton, Montreal e Gatineau no Canadá; Boston, New Jersey e Miami nos EUA e Nagoya e Hamamatsu no Japão.

Leia mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Língua_portuguesa

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Unificação da Língua Portuguesa

Recentemente recebi por e-mail o seguinte texto,e gostaria de compartilhá-lo com vocês:

Até o final do ano, deverá entrar em vigor o "Acordo Ortográfico da LínguaPortuguesa". Os países-irmãos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste terão, enfim, uma única forma de escrever. As mudanças só vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990. Brasil e Cabo Verde já haviam assinado o acordo e esperavam a terceira adesão, que veio no final do ano, em novembro, por São Tomé e Príncipe.
Tão logo as regras sejam incorporadas ao idioma, inicia-se o período de transição no qual ministérios da educação, associações e academias de Letras, editores e produtores de materiais didáticos recebam as novas regras ortográficas e possam, gradativamente, reimprimir livros, dicionários, etc.O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol. A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no entanto, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros. Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado. No Brasil, a mudança será bem menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada. Mas apesar as mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país.

O que muda

As novas normas ortográficas farão com que os portugueses, por exemplo, deixem de escrever "herva" e "húmido" para escrever "erva" e "úmido". Também desaparecem da língua escrita, em Portugal, o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como nas palavras "acção", "acto","adopção", "baptismo", "óptimo" e "Egipto". Mas também os brasileiros terão que se acostumar com algumas mudanças que, a priori, parecem estranhas. As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo"ou "vôo", os brasileiros terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo". Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar","ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem","leem" e "veem".
O trema desaparece completamente. Estará correto escrever "linguiça","sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio. O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do "k",do "w" e do "y" e o acento deixará de ser usado para diferenciar "pára"(verbo) de "para" (preposição). Outras duas mudanças: criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos"em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos", além da eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".

Boas-vindas aos visitantes!

Bom dia, leitor!

É com muito prazer que inauguro hoje, dia 28 de maio de 2007, o blog Viva a Língua. Ele nasceu de uma conversa (muito proveitosa, por sinal) que tive com Bruno e Ivan, pessoas queridas, em alguma noite fria dessas que têm feito aqui em Niterói (RJ, Brasil), neste mês de maio.

Quem me conhece sabe que uma das coisas de que mais gosto é a Língua Portuguesa. Ela me fascina desde os tempos mais remotos do ensino primário. Ah... Bons tempos em que a gente tinha de conjugar os verbos em diferentes tempos e pessoas fazendo o dever de casa....

Mais tarde, já cursando o Ensino Médio (que naquela época ainda se chamava 2º Grau), eu me deliciava fazendo análise sintática e morfológica durante e até depois da aula! Em casa, era talvez a única matéria que eu estudava por puro prazer, e fazia exercícios lá do final do livro quando ainda estávamos no meio do ano letivo. Bons tempos.

Não sei por que não fiz vestibular para Letras! Todos à minha volta apostavam nisso. Mas fiz para Psicologia, passei e hoje estou formada. Como gosto de dizer, sou psicóloga por formação, amante das letras por vocação e sonhadora por teimosia.
E foi conversando que chegamos à conclusão de que seria bem legal se eu criasse um blog onde pudesse falar de algo que eu realmente gosto. Um espaço onde eu pudesse compartilhar o amor à língua materna com pessoas de toda parte.

Naquele dia nasceu a idéia. Hoje nasce o blog; e espero que todos os que passarem por aqui gostem do que vão ver e deixem seus comentários, críticas e sugestões para, juntos, construírmos esse espaço dedicado ao fabuloso universo das palavras. Fica aqui o meu singelo agradecimento a essas duas pessoas que tiveram especial importância na gestação do blog Viva Língua. Bruno e Ivan, muito obrigada pelo incentivo!

O Viva a Língua é um blog sobre Língua Portuguesa. Aqui vocês encontrarão de tudo um pouco: informação, entretenimento, literatura, curiosidades etc.

Boa leitura.