domingo, 15 de novembro de 2009

Receita mineira


Mais um post com o delicioso português dos mineiros...

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Créditos: www.fotocomedia.com

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Resumo e Resenha: como fazer

Embora eu tenha feito 5 anos de faculdade pra me formar Psicóloga, só agora, na Pós, é  que eu fui aprender o passo-a-passo das resenhas e resumos (não me perguntem como eu me virei durante a graduação). Brincadeiras à parte, o fato é que muitos de nós já têm uma noção do que seja, e é com  essa noção que a gente vai levando – e poucos são os que reclamam (imagino que muitos dos nossos professores também estejam nesse domínio da vaga noção: ok, péssimo panorama! Mas é o que eu imagino.) Bom, então chega de enrolação e  vamos ao que interessa. Espero que o ‘como fazer’ que eu vou compartilhar com  vocês tenha alguma serventia. Bom proveito!

RESUMO

O objetivo de um resumo é fazer um texto ocupar menos espaço, mantendo as ideias principais (ou centrais). Existem três tipos:

1) resumo acadêmico – objetivo, direto, ideias centrais;

2) extensivo – não se pode suprimir nada; só mudam as palavras;

3) seletivo/estético – ideias importantes, centrais.

O resumo possui algumas etapas que devem ser consideradas:

a) conhecimento das condições do resumo

- espaço ocupado (quantas laudas)

- finalidade pretendida

- leitura atenta do texto a ser resumido – essencial que se tenha um bom conhecimento e entendimento da obra. Sem isso, será muito difícil produzir um resumo fiel ao conteúdo original

b) processo – estruturação de ideias: como as ideias estão estruturadas no texto? Por blocos de sentido (ou conteúdo) ou por parágrafos?

Por blocos de sentido: o autor não desenvolve cada ideia em um parágrafo, mas faz muitas digressões, voltando a assunto anteriormente tratado, retomando a ideias já combatidas, etc. Os textos freudianos seguem essa estruturação.

- A melhor maneira de resumir textos que têm esta estruturação é por unidade de sentido, concentrando o sentido no parágrafo. Exemplo: num texto em que duas teses antagônicas são apresentadas pelo autor na forma de blocos de sentido, o resenhista irá reunir todas ideias referentes à tese A num parágrafo e todas as que se referirem à tese B em outro parágrafo.

Como se identificam as unidades de sentido: através da identificação dos conectores:

-mas/porém: indicam oposição entre ideias;

- embora: indica concessão;

- na verdade/assim: demonstração.

Por parágrafos: as ideias são desenvolvidas parágrafo a parágrafo. Sem dúvida, é mais fácil resumir este tipo de texto, pois a sequência lógica das ideias permite fazer um resumo por parágrafos, seguindo a ordem dos parágrafos do texto.

c) Estratégias:

- o resumo não apresenta introdução: vai direto ao assunto;

- segue-se a ordem do texto, assim se evita a falta de coesão no encadeamento das ideias;

- não se mencionam elementos estranhos ao texto analisado, como exemplos e ideias que o autor não expressou;

- redige-se o resumo como se o próprio autor o fizesse: não usar expressões como “o autor afirma”, “ segundo o autor”;

- o resumo não contém conclusões a que o autor não chegou.

 

RESENHA

A resenha que será abordada aqui é a resenha acadêmica, mas nada impede que possa ser usada em diferentes contextos. Tudo vai do bom-senso. Pois bem.

A resenha é a apresentação do conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliação crítica. Existem dois tipos de resenha acadêmica:

a) resenha crítica – geralmente a mais pedida pelos professores;

b) resenha temática.

Resenha crítica:

Podemos dizer que a resenha crítica é constituída por seis passos:

1) identificação da obra – título, autor, ano de publicação, referências sobre o autor (sua formação, áreas de interesse,etc.);

2) apresentação breve da obra – tema abordado pelo livro ou texto que se está resenhando;

3) resumo – nesta parte, apresenta-se ao leitor a descrição do conteúdo da obra na forma de um resumo com as suas  ideias centrais. Importante salientar que no resumo (como vimos) não se usam expressões como “segundo o autor…”. O resumo deve ser escrito como se o próprio autor do texto o estivesse fazendo, só que se enfatizam apenas as ideias centrais, de forma concisa (de 3 a 5 parágrafos);

4)  Análise crítica – aqui é a vez de o resenhista analisar criticamente a obra em questão. Para isso, ele pode (e deve) se apoiar em outras obras que versam sobre o mesmo tema, construindo, assim, o seu posicionamento acerca da atualidade e originalidade da obra, das escolas de pensamento às quais se vincula, qual a relevância do tema, o que traz de novo, qual o panorama cultural, social, econômico e político em que ela foi escrita, entre outros aspectos que podem ser analisados;

5) Recomendação da obra – na verdade, a recomendação não é uma regra. Se você não concorda com as ideias desenvolvidas pelo autor, não precisa recomendar só pra cumprir o protocolo;

6) Assinatura e identificação do resenhista – é importante que o leitor saiba quem é você para estar falando de determinado assunto, então não esqueça de mencionar sua formação, áreas de interesse e alguns detalhes que julgar pertinentes sobre você mesmo.

Resenha temática:

Este tipo de resenha é usado quando se quer escrever sobre um tema comum a vários textos. Aqui, temos cinco passos:

1) apresentação do tema comum  - exemplo: atuação do psicólogo em varas de família. Esse tema é abordado pelos 3 textos que serão analisados. Temos o tema comum);

2) resumo dos textos – lembrando que no resumo NÃO cabem expressões como “o autor pensa”, “segundo o autor”. É como se você fosse o autor do texto e tivesse que enxugá-lo até as partes mais essenciais (ideias centrais);

3) conclusão: é o momento da análise crítica. O resenhista irá expor o seu posicionamento acerca do assunto. Para isso, ele se utilizará de outras fontes bibliográficas e construirá com base nelas uma argumentação coerente e plausível sobre o tema. Pontos importantes a serem considerados nesta análise: a relevância do tema, os pontos altos, o atualidade do tema, as contribuições de outros pensadores acerca da questão.

4) apresentação das fontes – referências bibliográficas utilizadas.

5) assinatura e identificação do  resenhista – como na resenha crítica.

 

Meus agradecimentos à professora Gabriella, por me dar essas preciosas informações que hoje compartilho com vocês.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Vida e obra de Euclides da Cunha no “De Lá Pra Cá” da TV Brasil

O programa desta segunda-feira será dedicado a Euclides da Cunha, um dos maiores escritores da língua portuguesa. Para conversar sobre o autor de "Os Sertões", o "De Lá Pra Cá" convidou especialistas e escritores de renome nacional. Leitura obrigatória para quem deseja conhecer a história do Brasil, a obra-prima de Euclides trata da barbárie do massacre de Canudos (BA), objeto de inúmeros estudos acadêmicos.

Para entrevistar personalidades literárias, o programa viajou até à Festa Literária Internacional de Paraty que reúne, anualmente, intelectuais e escritores. A equipe da TV Brasil visitou também Canudos para buscar novidades sobre o desfecho sangrento do massacre. Ao escolher Euclides da Cunha como tema desta segunda-feira, o "De Lá Prá Cá" soma-se a outras tantas homenagens que estão acontecendo Brasil afora por conta do centenário de sua morte.

Da cidade histórica de Paraty, o escritor amazonense Milton Hatoum vai falar sobre a viagem de Euclides à sua terra natal. O coordenador da mesa na FLIP O Mar e Os Sertões - Euclides da Cunha, 360 graus, o jornalista Daniel Piza, refez o caminho percorrido pelo escritor na expedição à região do alto Purús, na Amazônia.

O professor Francisco Foot, da Unicamp, abordará as qualidades literárias do autor de Os Sertões. Já a especialista na obra euclidiana e professora da USP, Walnice Galvão, vai fazer uma análise de Os Sertões e  situa  Euclides e sua obra no Brasil do início da República.

De Cantagalo, onde nasceu o escritor, a doutora em literatura Anabelle Loivos fará comentários sobre a biografia do escritor.

O De Lá Pra Cá é apresentado por Ancelmo Gois e Vera Barroso e vai ao ar na segunda-feira (13), às 22h, na TV Brasil.

sábado, 9 de maio de 2009

DICIONÁRIO MINEIRÊS-PORTUGUÊS


Procêis qui móra nuistadimínas e procêis qui vencá asvêiz:
Ói qui bão sô… procês intendê mió o minêro, uai!


PRESTENÇÃO - é quâno eu tô falano iocê num tá ovíno.
CADIQUÊ ? - assim, tentânu intendê o motivo.
CADÍM - é quãno eu núm quero muito… só um poquím.
RETRATO - foto.
DEU - omez qui ‘di mim’. Ex.: Larga deu, sô!!
SÔ - fim de quarqué frase. Qué exêmpro tamêm? : Cuidadaí, sô!!!
DÓ - omez qui ‘pena’, ‘cumpaxão’ : ‘ai qui dó, gentch…!!’
NIMIM - omez qui ni eu. Exempro: Nòoo, ce vivi garrado nimim, trem!… Larga deu, sô!!…
NÓOO - Num tem nada a vê cum laço pertado, não! omez qui ‘nossa!’ Vem de Nòoosinhora!…
PELEJÂNU- omez qui tentânu: Tô pelejânu quesse diacho né di hoje, qui nó! (agora é nó mez!)
MINERÍM - Nativo duistadiminnss.
UAI - Uai é uai, sô… uai!
ÉMÊZZZ ?! - minerim querêno cunfirmá.
NÉMÊZZZ ?! - minerim querêno sabê si ocê concorda.
ÓIAQUÍ - Minerim tentâno chamá atenção pralguma coizz…
PÃO DI QUÊJU - Iosscêis sabe!… Cumída fundamentar qui disputacomo tutú a preferêca dus minêro
TUTÚ - Mistura de farinha di mandioca (ô di mio) cum fejão massadim. Baum dimais da conta, gentch!!
TREM - Qué dize quarqué coizz qui um minerim quizé! Ex “Já laveius trem!” , Qui trem bão!!
NNN - Gerúndio du minerêis. Ex: ‘Eles tão brincãnnn’, ‘Ce tá ínnn, eu tô vinnn…’
BELZONTCH - Capitár duistado.
PÓ PÔ - umez qui pó colocá.
POQUIM - só um poquim, prá num gastá muito.
JISGIFORA - Cidadi pertín du Ridijanero. Cunfúnde a cabêss do minerim qui si acha qui é carioca.
DEUSDE - desde. Ex: ‘Eu sô magrelín deusde rapazín!’
ISPÍA - nome da popular revista ‘VEJA’.
ARREDA - verbu na form imperativ (danu órdi), paricído cum sái. ‘Arredaí, sô!’
ÍM - diminutivo. Ex: lugarzím, piquininím, vistidím, etc.
DÊNDAPÍA - Dentro da pia.
TRÁDAPÓRTA - Atrás da porta.
BADACÂMA - Debaixo da cama.
PINCOMÉ - Pinga com mel.
ISCODIDÊNTCH - Escova de dente.
PONDIÔNS - Ponto de ônibus.
SAPASSADO - Sábado passado.
VIDIPERFUME - Vídru de perfume.
OIPROCÊVÊ (ou OPCV) - óia procê vê.
TIISSDAÍ - Tira iss daí.
CAZOPÔ - Caxa disopô.
ISTURDIA - Ôtru dia.
PROINÓSTÁÍNU? - pronde nós tâmo ínu?
CÊSSÁ SÊSSE ONS PASNASSAVAS? - ocê sabe se esse ônibs passa na Savassi?
REMÉDA - imita arguêm.
ONCOTÔ - onde que eu tô
PRONCOVÔ - pra onde que eu vô
PRONQUECÊ VAI? ou ONQUECÊ VAI? - pra onde que ocê vai?
CÊ TÁ INO PRA ONDI? - pra qual lugar ocê vai?
VAICATÁCOQUIM - é igual a saipralá sô!





Minidicionário de mineirês



Lidileite (litro de leite)
Mastumate (massa de tomate)
Dendapia (dentro da pia)
Kidicarne (quilo de carne)
Tradaporta (atrás da porta)
Badacama (debaixo da cama)
Pincumel (pinga com mel)
Iscodidente (escova de dente)
Nossinhora (nossa senhora)
Pondiôns (ponto de ônibus)
Denduforno (dentro do forno)
Sapassado (sábado passado)
Videperfum (vidro de perfume)
Oiprocevê (olha para você ver)
Tissodaí (tira isso daí)
Onquié ? (onde que é ?)
Pópôpó (pode por o pó)



Fonte: internet.
Imagem: roberto.guglielmo (Flickr).

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Academia lança Prêmio Euclides da Cunha

"A Academia Brasileira de Letras acaba de instituir o Prêmio Euclides da Cunha, a ser atribuído neste ano de 2009, em que se comemora o centenário da morte (15 de agosto de 1909) do autor de “Os Sertões”, Acadêmico natural do município fluminense de Cantagalo onde nasceu em 20 de janeiro de 1866. Na ABL, Euclides da Cunha foi o segundo ocupante da Cadeira 7, eleito em 21 de setembro de 1903, na sucessão de Valentim Magalhães e recebido em 18 de dezembro de 1906 pelo Acadêmico Sílvio Romero. O Prêmio, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), será conferido ao melhor livro, inédito ou publicado depois de 10 de janeiro de 1999, sobre a vida ou a obra de Euclides da Cunha."

Saiba mais no site da Academia.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Entupe tu!

Achou estranho o título? Não se afobe, daqui a pouco você vai entender.

Pra quem ainda não sabe, estou estudando pra um concurso público na minha área (sim, eu sei: sonho de nove entre dez pessoas; enfim, sou um clichê)!
Prova de Português costuma ser o terror de, novamente mantendo a proporção, nove entre dez pessoas que prestam concurso. Para mim, não é exatamente um terror, visto que tenho prazer no estudo da nossa Língua, mas também não quer dizer que eu me sinta tranqüila e bem preparada para enfrentar as questões, cada vez mais difíceis – de acordo com o nível geral do exame, mais e mais seletivo.

Bom, mas vamos ao que motivou esse post. Minha irmã, que está comigo nessa caminhada rumo ao cargo público, me propôs hoje uma questão que eu não soube responder. Figurava essa questão em meio a várias outras sobre conjugação verbal. Era sobre a conjugação do verbo entupir. Qual é o certo?

- Ele sempre entope a pia, ou
- Ele sempre entupe a pia.

Resposta correta: ele sempre entupe a pia.

Da próxima vez que você for reclamar que alguém entupiu a sua pia, lembre-se desse humilde blog e não tropece no português.

Título: forma da conjugação do verbo no imperativo afirmativo, segunda pessoa do singular. Entupe tu!

Conjugação do verbo ENTUPIR

Paradigma deduzido: partir (regular)
Formas Nominais:
infinitivo: entupir
gerúndio: entupindo
particípio: entupido
Presente do Indicativo
eu entupo
tu entupes
ele entupe
nós entupimos
vós entupis
eles entupem
Imperfeito do Indicativo
eu entupia
tu entupias
ele entupia
nós entupíamos
vós entupíeis
eles entupiam
Perfeito do Indicativo
eu entupi
tu entupiste
ele entupiu
nós entupimos
vós entupistes
eles entupiram
Mais-que-perfeito do Indicativo
eu entupira
tu entupiras
ele entupira
nós entupíramos
vós entupíreis
eles entupiram
Futuro do Pretérito do Indicativo
eu entupiria
tu entupirias
ele entupiria
nós entupiríamos
vós entupiríeis
eles entupiriam
Futuro do Presente do Indicativo
eu entupirei
tu entupirás
ele entupirá
nós entupiremos
vós entupireis
eles entupirão
Presente do Subjuntivo
que eu entupa
que tu entupas
que ele entupa
que nós entupamos
que vós entupais
que eles entupam
Imperfeito do Subjuntivo
se eu entupisse
se tu entupisses
se ele entupisse
se nós entupíssemos
se vós entupísseis
se eles entupissem
Futuro do Subjuntivo
quando eu entupir
quando tu entupires
quando ele entupir
quando nós entupirmos
quando vós entupirdes
quando eles entupirem
Imperativo Afirmativo
entupe tu
entupa ele
entupamos nós
entupi vós
entupam eles
Imperativo Negativo
não entupas tu
não entupa ele
não entupamos nós
não entupais vós
não entupam eles
Infinitivo Pessoal
por entupir eu
por entupires tu
por entupir ele
por entupirmos nós
por entupirdes vós
por entupirem eles

quinta-feira, 9 de abril de 2009

QUESTÕES PASCOALINAS


Luiz Fernando Veríssimo


- Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é...... Bem...... É uma festa religiosa!
- Igual Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos ........ Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas quando você for no catecismo a professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- ??????? Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
- Um dia depois.
- Não, três dias.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não, morreu na sexta-feira santa ....... ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai. Se for um tal de Rogério diz que eu saí.
- Alô, quem fala?
- Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está?
- Não, foi comprar ovo de Páscoa. Ligue mais tarde, tchau.
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo!!!"

terça-feira, 17 de março de 2009

Call-center do Idioma


Acabo de descobrir que a cidade de Fortaleza mantém, há quase trinta anos, um serviço de atendimento que tira dúvidas sobre a língua portuguesa - em menor número, sobre o espanhol e o inglês, também. Trata-se do Plantão Gramatical, cuja equipe conta com oito professores, que se valem da internet, da gramática e dos dicionários Houaiss e Aurélio para responderem prontamente aos interlocutores do outro lado da linha.

Desde a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, a rotina neste call-center linguístico (sem trema) mudou. Não que o serviço fosse pouco utilizado antes, mas só para se ter uma ideia (sem acento), em um só dia foram registrados 107 atendimentos (metade das ocorrências naquela data) sobre adivinhem o quê. Quem respondeu "hífen", acertou.

Ele mesmo, o hífen, parece ser o maior responsável pela dor de cabeça de muita gente desde que a nova ortografia foi aprovada. Caso do Bruno, que recentemente chegou a telefonar para a Academia Brasileira de Letras, em função de uma dúvida sobre a grafia da palavra ar-condicionado (com ou sem hífen?), ouvindo do atendente, em tom um tanto ríspido, que "sim, claro que o hífen, neste caso, se mantém - nada mudou".

O fato deu origem a um texto bem-humorado (com hífen), que virou postagem no seu blog. A postagem gerou um comentário meu, e este acabou virando postagem nos dois blogs. Quem tiver dúvidas quanto ao emprego correto do hífen e não estiver disposto a telefonar para a ABL nem fazer um interurbano (sem hífen) para Fortaleza, pode se divertir com a historinha do super-homem (com hífen) e, de quebra, aprender as novas regras deste que tem sido chamado, por alguns, de o maior vilão da reforma ortográfica.

Fiquei feliz por saber da existência de um serviço como este em algum lugar do Brasil. Podiam instalar um Plantão Nacional 0800, o que acham? Será que isso vira uma campanha?
Pode ser...

Consulta: Revista Piauí - nº 30.

Telefone do Plantão: (85) 3225-1979

domingo, 15 de março de 2009

Um ótimo dia para se visitar a ABL


"Evanildo Bechara encerra Ciclo de Conferências na ABL sobre o Acordo Ortográfico
Na próxima terça-feira, dia 17 de março, às 17h e 30min, no Teatro R. Magalhães Jr., A Academia Brasileira de Letras encerra seu 1º Ciclo de Conferências , "O Acordo Ortográfico", com conferência do Acadêmico Evanildo Bechara.
O Professor Evanildo Bechara discorrerá sobre "O novo Acordo Ortográfico e a elaboração do VOLP". O ciclo iniciou-se na última terça-feira, 10 de março, com a conferência do Acadêmico Domício Proença Filho, “A história da ortografia e a ABL” .
A conferência terá entrada franca e será transmitida ao vivo pelo Portal da ABL."



Fonte: portal da Academia Brasileira de Letras.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Reforma Ortográfica: Hífen

Todo o mundo já ficou sabendo: agora é oficial. O Novo Acordo Ortográfico entre países de Língua Portuguesa já entrou em vigor no Brasil. E para você não fazer feio, o Viva o ajuda a entender o que mudou. Hoje, o assunto é hífen. Quais as novas regras para o seu uso?
Divirta-se com a história do Super-homem e salve o planeta dos absurdos cometidos contra o hífen.

Reforma Ortográfica – hífen
Quando usar e quando não usar o hífen

• Obrigatório quando prefixo está diante de uma palavra iniciada pela letra H, não importando a letra que termine o prefixo:

“O SUPER-HOMEM é muito ANTI-HIGIÊNICO: nem toma banho antes de trocar a roupa pelo uniforme com o qual pratica seus atos SOBRE-HUMANOS!”

• Nunca quando o prefixo termina em vogal diferente do segundo elemento, se este também começar com uma vogal:

“Tal comportamento de nosso herói é muito ANTIEDUCATIVO!”

• Se no caso acima o prefixo for CO e o segundo termo começar com O, o hífen cai assim mesmo, nos dando como resultado COOalgumacoisa:

“Se ele ao menos usasse perfume, eu até poderia COOPERAR nas missões.”

• Nunca quando o prefixo termina com vogal e o segundo elemento começa com consoante, desde que não sejam R nem S:

“Está certo que tudo pode não passar de uma tática de AUTOPROTEÇÃO: fedido, quem vai ousar chegar perto dele?”


• Se o prefixo termina em vogal e o segundo termo for iniciado por S ou R basta suprimirmos o hífen e repetirmos o R ou S (o que for adequado ao caso):

“Se bem que, para mim, isso é coisa de gente ANTISSOCIAL, que se acha ULTRARRESISTENTE. Bom, ele até pode ser, mas tem a criptonita...”

• Caso o prefixo termine com a mesma vogal que inicia o segundo termo o hífen continua, desde que se guarde a exceção COO, já comentada acima:

“Acho que ele deveria praticar um pouco de AUTO-OBSERVAÇÃO. Na certa, iria perceber que CONTRA-ATACAR os inimigos não requer deixar de lado os hábitos mais elementares de higiene.”

• Sempre se o prefixo tiver como última letra a mesma consoante que inicia o segundo termo:

“Está na cara que ele não é SUPER-ROMÂNTICO!”

• Nunca se o prefixo terminar em uma consoante diferente da que inicia o segundo termo:

“Mas ninguém pode negar que seja SUPERPROTETOR.”

• Contrariando a regra acima, sempre que o prefixo for SUB e o segundo termo começar com a letra R, o hífen fica onde sempre esteve:

“Deve ser porque ele acha que pertencemos a uma SUB-RAÇA e que necessitamos de sua proteção incondicional.”

• Novamente contrariando a regra, se o prefixo for CIRCUM ou PAN e o segundo termo começar com M ou N também colocaremos o hífen:

“Ouvi dizer que ele é perito em CIRCUM-NAVEGAÇÃO ao redor da Terra. Quando cansa de voar, nosso herói navega...”

• Sempre que o segundo termo começar com uma vogal e o prefixo for CIRCUM ou PAN o hífen deve separá-los:

“No PAN-AMERICANO ocorrido no Brasil, acho que o vi voando pelos ares, zelando pra que nada saísse errado.”

• Nunca se o prefixo terminar em consoante e o segundo termo começar com uma vogal:

“E ele faz tudo isso por ser SUPEREXIGENTE consigo mesmo.”

• Os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró sempre são sucedidos por um hífen:

“Mas tem uma coisa capaz de mandá-lo para ALÉM-TÚMULO, uma coisa que apenas mencionamos antes: criptonita.”

• Deve-se usar o hífen com todos os prefixos de origem tupi-guarani (caso a origem seja em algum outro tronco linguístico dos povos pré-cabralinos, ligue para a Academia Brasileira de Letras).

“Só existe uma planta capaz de neutralizar os seus efeitos no corpo de nosso herói: o CAPIM-AÇU.”


• Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares:

“Para encontrar essa iguaria, somente cruzando a ponte RIO-NITERÓI.”

• No caso das palavras que perderam a noção de composição o hífen não deve ser usado:

“Ou ele pode sobrevoar o país e descer de PARAQUEDAS quando chegar.”

• Caso sua composição não caiba em uma linha e você precise passar para outra justamente na hora em que for usar uma combinação com hífen, deve-se colocar o traço que separa as palavras no final da linha. Na próxima linha, o hífen será colocado para manter a clareza gráfica:

“E é aqui que nossa história termina, pois neste exato momento, CONTA-
-SE que ele foi viajar, certamente atrás da planta que pode curá-lo.”
Este texto foi feito em parceria com Bruno, do Então Sebastião.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Quando teria sido melhor calar ou a história de um tropeço jornalístico


Título original: Um exercício erétil
O redator distraído corre o risco de provocar risos ao escrever o contrário do que tentou
Autor: Josué Machado


A notícia "Exercícios contra Disfunção Erétil" termina com revelação de significado duvidoso, contraditório, assustador até se entendido literalmente.

"Segundo a pesquisa, atividades aeróbicas realizadas cinco vezes por semana, por pelo menos 30 minutos, estimulam a produção de óxido nítrico e combatem os radicais livres, melhorando a disfunção erétil."

"Disfunção erétil" é eufemismo para mal que aterroriza os homens, já se sabe. É cabisbaixismo da pior espécie. Mas o que importa são as possibilidades de entendimento desse textículo de jornal. O redator redatou que a disfunção erétil, uma anomalia cadente que ataca sorrateira, melhora com exercícios. A disfunção melhora? Como é que uma disfunção, uma anomalia pode melhorar? Tornando-se mais disfuncional, mais grave, evidente. No caso da disfunção erétil, mais tristemente cadente, cabisbaixa até os tornozelos ou os calcanhares.

O redator disse, portanto, o contrário do que tentou dizer. ...

Fonte: Revista Língua Portuguesa - http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11672: Um exercício erétil - Josué Machado.
Imagem: google.

Entra em vigor o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Foto: http://www.jfempauta.com/?cat=3


O decreto que estabelece o cronograma para a vigência do Acordo Ortográfico entre os países de Língua Portuguesa e orienta a sua adoção foi assinado pelo presidente Lula em setembro de 2008. Agora, em janeiro de 2009, entrou em vigor, mas a norma atual será aceita até 2012, prazo que as escolas, os veículos de comunicação, os livros didáticos e todos os textos produzidos no país terão para se adaptar às novas regras.


Por falar nisso, vários sites e revistas já aderiram à reforma, e estão publicando seus textos já com base no Acordo, caso do site IG, G1 e das revistas da Editora Abril, para citar alguns exemplos.

Dicionário

No dia 12/01, a Academia Brasileira de Letras lançou a 2ª edição do “Dicionário Escolar da Língua Portuguesa”.
Resultado de três anos de trabalho das equipes técnicas do Setor de Lexicologia e Lexicografia da ABL, a obra reúne 33 mil verbetes, textos sobre a história da ABL, um histórico da Língua Portuguesa e da formação do léxico português, além de orientação quanto à nova ortografia, corrigidos os pontos aparecidos na primeira edição em que ainda não havia orientação definitiva sobre as normas que vigoram desde 1º de janeiro.

O Dicionário incorpora ainda um estudo sobre o verbo em Português (paradigmas verbais e quadros da conjugação desses paradigmas), bem como um suplemento sobre o Acordo Ortográfico.

O Dicionário, distribuído por 1.312 páginas, registra a divisão silábica das palavras, e sua ortoepia, fornece exemplos de uso, áreas de conhecimento, regionalismos e neologismos, locuções, remissões à conjugação verbal e flexão nominal e tabelas de conjugação de verbos.

No site da Abril, é possível baixar o texto do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em formato pdf.
http://www.abril.com.br/arquivo/acordo_ortografico.pdf

Fontes: http://www.academia.org.br/; http://educacao.ig.com.br/; http://g1.globo.com/